Tempestade à vista!

29 11 2009

Opa! Quase duas semanas sem postar na parte principal do blog! Coisas interessantes aconteceram desde a ultima postagem. Cheguei a conclusao de que nao aguento mais estudar… lembro que quando entrei na faculdade, eu pensava: “Poxa, seria legal apos terminar o curso normal fazer um mestrado, e, quiça, um doutorado…”. Hoje em dia, nao vejo mais a hora de terminar o curso de uma vez… talvez é um pouco pela sensaçao de inutilidade que o fato de ficar apenas estudando traz… talvez pelo fato de que estudar em francês coisas que nao têm nada a ver com meu curso de origem é realmente chato. Porém, como ja estou aqui, tenho que me contentar com essa situaçao, e ai vem a explicaçao pro titulo da postagem de hoje. A tempestade esta a vista pois tenho duas provas no dia 18 de dezembro (uma das quais é a matéria que eu mais estou apanhando, mecânica) e depois das férias mais quatro provas… é, precisarei estudar nas férias. Maravilha!

Por falar em férias, espero conseguir fechar a viagem para a Alemanha e a Suiça. Enquanto as decisoes nao se concretizam, ja tenho duas viagens planejadas… para Paris! Ja estou enjoando da capital! No dia 5, proximo sabado, o Club TIME vai à Paris com a Prof. Catsiapis para ver a cidade decorada pro Natal. Na sexta feira, dia 11, vou para Paris à convite da Egide, para um coquetel que celebra os 10 anos do orgao… nada mal, parece que tera até encontro com o ministro de relaçoes exteriores francês…

As atividades paralelas apenas aumentam… projeto, Rezoleo (o que a principio me tomaria apenas umas 2 horas por semana esta na verdade me tomando 6 horas no minimo) e trabalhos em grupo de diversas disciplinas… se elas ainda fossem interessantes tudo bem, mas que nada… tudo graças a reforma do plano de estudos que a école implementou este ano… graças a ela, por exemplo, temos o super sistema de escolha de disciplinas por fichas! Sim, é quase no sorteio, a idéia genial é escolher a disciplina entre mais de 200 fichas… o problema é que existem disciplinas mais requisitadas que outras, ou seja, muitas pessoas ficam em disciplinas que nao querem pois nao existem fichas suficientes das outras disciplinas! Por sorte, peguei a ficha 13, que corresponde à disciplina que eu queria, Engenharia de Redes. Dependendo eu até consigo validar ela no Brasil!

Eventos interessantes (e também não tão interessantes) dos ultimos dias: (1) Gezério e sua imponente TV de LCD de 32 polegadas + Playstation 3 com Modern Warfare 2 e Fifa 09, apenas agravando a tempestade que esta por vir. Resultado: muitas horas de estudo perdidas! (2) Comprei uma câmera digital nova! Falta apenas planejar mais viagens para estreiar ela decentemente! (3) Franceses sao realmente nulos em informatica: estou salvando varios nos trabalhos de CAA. Pena que eu seja nulo no resto das disciplinas! (4) Tati e Thiago tomando uma surra em Imagem e Açao de mim, Joia e Christian perto das três da manha em um sabado qualquer. (5) Jantar sagaz num restaurante em Villeneuve d’Ascq, entrada, prato (carne de verdade e fritas) e sobremesa (sorvete muito bom) por apenas 17€ (facada), (6) Prof. Joao Manoel da UFRGS apareceu aqui em Lille para uma palestra sobre a universidade. Uma platéria lotada (3 franceses contando o faxineiro) assistiu a apresentaçao. Mas foi legal mesmo assim rever alguém de Porto Alegre e ficar em dia com as novidades da faculdade de la… e por fim, é claro (7) INTER mais vivo que nunca na disputa pelo titulo brasileiro!

Essa semana, alias, fechou meu quinto mês aqui na França, sendo que três em Lille. Os dias passam muito rapido aqui em Lille! Segundo a Prof. Catsiapis, o periodo mais dificil na França pros estrangeiros é até o Natal, embora veteranos digam que durante o estagio, que sera em fevereiro, as coisas ficam muito paradas… bom, é esperar pra ver. Ah, e meu quarto esta uma bagunça, preciso arruma-lo. Logo, vou me despedindo por aqui. Abraço!





Panorama

16 11 2009

Bem, quase três meses que estou em Lille, e as coisas começam a ficar mais “monótonas”. Mas aconteceram coisas novas desde a ultima vez que escrevi algo aqui não relacionado a viagens. Primeiro, e acho que mais importante, já tenho um grupo projeto: eu e mais seis colegas vamos continuar um projeto anterior que fará simulações sobre um tijolo reciclável. Não tem muito a ver com informática, exceto na parte de simulações que serão feitas por computador, mas acho que será interessante mesmo assim se olharmos pelo lado da formação generalista. No grupo, eu e um marroquino de estrangeiros (embora o Jamil seja considerado na école como francês, pois ele entrou pelas vias normais). Os franceses são o Gaetan, a Elodie, o Laurent, a Alexia (que fala português) e a Marie.

Falando em franceses: cada vez me convenço mais que a coisa por aqui é muito similar a um colégio. Os franceses são bem infantis. Comecei essas observações no longínquo WEI, mas elas apenas vão se confirmando. Pontos interessantes: (a) professor expulsando aluno francês conversador da sala de aula; (b) anfiteatro de apresentação dos bureaux da école com guerra de bolinhas de papel; (c) diretor da école e toda comissão diretiva no anfiteatro da promo dando sermão devido às bagunças da ultima festa no Foyer; (d) Foyer fechado até nova ordem como “castigo”; (e) não sabermos critérios de avaliação na maioria das matérias.

Entre os franceses que eu costumo falar mais direto, além do pessoal do projeto, estão aqueles do meu quarto de grupo que fazem todas as aulas comigo: Arthur, Mohamed, Isabelle, Loreleï, François e Matthieu. Minha moral até esta bem alta com eles, já que eles precisam de muita ajuda em computação, que eles não possuem noção alguma. Por sorte eu consigo lhes ajudar com isso! Ainda há outros franceses que eu falo com alguma freqüência: Jerome, Thomas, Elisabeth, Augustin, Julien…

E por fim, o pessoal da associação da qual eu faço parte, o Rézoléo. Essa é a associação dos “geeks” da école, embora o pessoal evite essa alcunha. Bem, tem umas 20 pessoas que fazem parte dessa associação, e apenas eu de estrangeiro entre os novatos. Ganhei uma tarefa bem complicada pra começo: vou ser responsável pelo servidor do Jabber, que é tipo um mensageiro interno da école. A passagem do servidor para mim ocorre amanha. Minha associação organizou uma LAN Party aqui na residência semana passada. Mais de 60 pessoas com seus computadores apareceram para jogar. Fiquei umas quatro horas la, e reclamaram que eu estava indo embora cedo. Parece que viraram a madrugada jogando.

Em relação a école, como já disse, as coisas começam a complicar. Duas matérias (Mecânica e Matematica) eu me encontro bastante perdido. Três eu acho que me salvo com alguma tranqüilidade devido às coisas já feitas no Brasil: Informatica, Eletrica e Fisica dos Solidos. Gestão e Sociologia das Organizaçoes são as humanas, então não devem apresentar grandes problemas. Mecânica de Estruturas é uma incógnita: ainda não começou. Fenomenos de transporte pareceu bem complicado no inicio, mas depois dos seminários com a Profa. Le Courtois a coisa ficou mais simples. Se as avaliações forem no estilo das aulas, será possível ir bem, espero. Inglês e francês não apresentam grandes perigos. E há ainda o acompanhamento, que eu nem sei se vale nota.

Bom, quanto às viagens, pretendo fazer o oeste alemão e o norte da Suíça no Natal. Ainda falta ver mais um pessoal pra ir junto (a idéia é alugar um carro). Em breve, mais detalhes… ah, e sei que devo ainda fotos da Bélgica… elas virão em breve, prometo, embora até seja bom que elas estejam demorando já que não tenho mesmo fotos novas desde o Toussaint… Ah, e estou com preguiça de atualizar o cabeçalho. Bem, por hoje é só! Abraços!





Bruxelas

8 11 2009

Por volta das 7 da noite, passamos pela quarta vez na viagem pela Gare Bruxelles Midi, por onde passam a maioria dos trens do Benelux. Porém, desta vez iríamos parar por um dia na capital belga. Após uma janta rápida ali na gare mesmo (que é gigante, por sinal), fomos para o albergue. Eu já tinha sido avisado que Bruxelas era uma cidade bem perigosa: quando chegamos à estação do albergue, nos deparamos com um local inóspito. Ao sair da estação, alguns árabes sem nada o que fazer começaram a nos seguir, até que apertamos o passo e achamos a maldita rua do albergue. Até acho que os árabes não queriam nada de mais, provavelmente estavam bêbados, mas as oito da noite num lugar vazio não pareceu muito legal ficar dando corda. Bom, finalmente, chegamos ao albergue após uma caminhada numa rua tão movimentada quanto a saída da estação. O albergue era bem bom: quarto grande, banheiros decentes, café da manha bom também (com cafés das maquininhas de graça!)

Assim, quarta-feira de manha, começamos o passeio por Bruxelas. A primeira providência, como sempre, foi largar as mochilas na gare, nos armários. Desta vez, fomos de metrô, comprando o ticket para o dia todo, já que Bruxelas é uma cidade bem maior que Bruges, por exemplo. Saindo da gare, a primeira parada era o Atomium, símbolo nacional belga (eles comparam à Torre Eiffel para a França). O Atomium é uma molécula em forma de cubo aumentada alguns milhões ou bilhões de vezes, que fica numa parte bem afastada da cidade. Não tem o mesmo impacto que a Torre Eiffel, com certeza, mas mesmo assim não deixa de ser interessante, pois ele é realmente grande. Infelizmente, a entrada custava 6€, mas parece que não havia grandes coisas dentro dos nove átomos que compunham o monumento.

Logo depois, fomos para o outro extremo da cidade, para visitar o arco do triunfo belga. Bela vista do Parc du Cinquantenaire, o qual atravessamos para chegar em frente à Comission Européenne. Em seguida, visitei o Parlamento Europeu, que fica a algumas quadras dali. Este parlamento é a sede onde trabalham quase 800 parlamentares da União Europeia. Haviam até coisas escritas em português la! Depois disso, metrô novamente, desta vez para o centro da cidade, para passar pela Bolsa e pela Grand Place. A Grand Place de Bruxelas é realmente magnífica! Serve para encobrir o próximo destino, que é decepcionante… O Manneken Pis, a estátua do garoto mijão. A estátua possui menos de um metro de tamanho, é até difícil fotografá-la em detalhes…

Subimos um prédio de um estacionamento em Bruxelas de 10 andares, para obter uma vista da cidade. Na verdade, a vista até não é tão legal assim, não da pra reconhecer muita coisa e o Atomium fica bem distante. Em seguida, visitamos a Catedral de Santa Catarina, na parte norte da cidade, que é uma catedral velha e sem graça. Já não tinha mais muito a ver em Bruxelas: só restava o palácio real, logo, metro mais uma vez para o outro lado da cidade para ver a fachada do palácio, que é fechado esta época do ano. Voltamos para a gare umas três horas antes do horário do trem que pegamos. Após jantar e conhecer praticamente toda a gare voltei para Lille, para passar o resto das minhas férias descansando em casa (ou não).





Bruges

5 11 2009

Chegamos à Bruges por volta das 10 da noite da segunda-feira, voltando para território onde não se falava francês. Logo, estávamos novamente imersos no holandês, e deveríamos achar o albergue onde ficaríamos àquela hora da noite. Após comprar o mapa na gare (50 centavos), encontramos sem muitos problemas o albergue a mais ou menos um quilômetro da estação. Chegando ao albergue, largamos nossas coisas e fomos comer fritas belgas em algum lugar ali perto. Já era algo perto da meia noite, e a cidade estava morta. As pequenas ruas e ruelas não tinham uma viva alma nelas: apenas víamos sinal de vida pelas janelas, que eram bem na calçada, de onde dava pra ver por algumas luzes que havia pessoas acordadas la dentro.

O albergue foi o pior dos quatro pelos quais passei na viagem: o atendente era um cara que se achava engraçado (lamentável) e ficou incomodando sugerindo locais para fazer festa de noite. Chegando ao quarto, havia um cara que não soltou uma palavra durante toda a estadia. Ninguém sabe de onde veio, o que fazia ali, nada. De madrugada, a Bruna foi acordada por uma guria que estava no quarto também: segundo a Bruna, a guria era tão estranha quanto o outro cidadão. Mas voltando ao albergue, o banho era ruim, o colchão era desconfortável, os hospedes faziam bastante barulho e o quarto era tão pequeno que mal havia espaço para colocar as malas em algum lugar.

Bem, vamos à cidade propriamente dita: como já era rotina, fomos até a gare largar nossa bagagem nos armários disponibilizados la: estes armários são a coisa mais útil nas estações aqui da Europa: grandes espaços por apenas 3€ o dia (cabia sempre as mochilas dos três). Partindo da Gare, caminhamos pelas ruas estreitas e medievais de Bruges: quando se esta em Bruges, a sensação que se obtém é que voltamos alguns séculos no tempo. As casas são, na sua maioria, de tijolos toscos à vista (típico da arquitetura belga), que dão uma impressão incrível de antiguidade. Ao caminhar pelas ruas, fomos parando nas igrejas que encontramos no meio do caminho, incluindo uma que contém uma escultura de Michelangelo e outra que contém segundo dizem, um frasco com sangue de Cristo. Prefiro acreditar que a escultura era genuinamente de Michelangelo.

Conhecemos a Grand Place, que é mais ou menos o centro da cidade: magnífica, incluindo um museu cuja torre fica a trezentos e poucos degraus de altura. Não subimos a torre, mas dava para perceber que ela estava torta: de fato, o topo da torre está deslocado um metro e meio da posição correta. Visitamos também, obviamente, as lojas de chocolates, uma das especialidades belgas. Comprei uma caixa de 375g de chocolate de Bruges que ainda não terminei de comer. Tivemos ainda que ir, claro, no Museu do Chocolate, um belo museu que conta a historia da especiaria desde os tempos dos maias e astecas até a época de produção em massa do chocolate.

Bruges é também uma cidade com vários canais, ao estilo de Amsterdam. Fiz um passeio de barco, de meia hora, pelos canais, obtendo uma vista bem legal da cidade. O condutor da embarcação era um cara bem simpático, apesar das piadas meio sem graça que ele provavelmente faz a toda viagem (como a casa de 1 250 000 € que ele jura que não é dele e do dia no qual caiaques podem navegar pelos canais e que, segundo ele, os barqueiros fazem competição de quem derruba mais caiaques). Após o passeio de barco, não havia muito mais a ver em Bruges, que é uma cidade bem pequena, mas muito acolhedora. Pegamos um trem mais cedo, para chegar um pouco antes em Bruxelas, nossa ultima etapa. A esta altura, eu já queria esticar de uma vez para Lille, para chegar à minha casa.

Continua…





Luxemburgo

1 11 2009

Chegamos a Luxemburgo já era quase meia noite do domingo. Como o albergue ficava a uns três quilômetros da gare, pegamos um taxi até la. Ou melhor, fomos assaltados pelo taxi: eu não conhecia muito bem a rota até o albergue, mas sabia a direção. Deu 12€80 de taxi enquanto nas minhas contas não seria mais do que 9€. Enfim, chegamos ao albergue e nos surpreendemos: o albergue era MUITO bom: recepção e escadarias de mármore, quartos muito limpos e confortáveis… conseguimos um quarto para nos três (o albergue estava vazio). No outro dia, o café da manha era ótimo também, tinha até pão francês de verdade. Bem, fomos embora do albergue e partimos à exploração da cidade. O primeiro passo seria ir até a gare, para largar as mochilas no armário da mesma. Para chegar la, pegamos um elevador publico, que conecta a parte alta com a parte baixa da cidade.

Começamos a visita pela parte alta da cidade, ou seja, o palácio do duque, a câmara de deputados, os prédios dos ministérios (sim, um país, mesmo pequeno como Luxemburgo, tem seus ministros e deputados). Aliás, Luxemburgo é o país do mundo com maior renda per capita, ou seja, não da para menosprezar o ducado. Voltando… Após passar pela Eglise Saint Michael, fomos para as Casamatas Bock. As casamatas são um emaranhado de cavernas incrustadas na encosta da montanha, que no passado serviu como forte e abrigo durante as grandes guerras. Canhões eram alojados ali para defesa. O complexo é bem grande e interessante: vários túneis conectam diferentes partes da construção a uma galeria principal.

Em seguida, caminhei pela parte mais antiga da cidade, em torno da Place Guillaume e da Place d’Armes. Aqui, achamos um lugar para almoçar, a primeira refeição de verdade do passeio (até então, apenas lanches). Depois do almoço, fomos para uma parte mais moderna da cidade. Apesar de os prédios antigos ainda estarem la, o transito naquela região já era bem maior. Ali se encontravam sedes de empresas e bancos do pequeno país. Depois, voltamos novamente para perto das casamatas, mas agora pela parte baixa da cidade. A vista daquele ponto é magnífica. Acho que o que destacou em Luxemburgo foram as paisagens, que são muito bem cuidadas e preservadas. Neste trecho da cidade, excluindo um ou outro guindaste que aparece ao fundo e os carros que passam de vez em quando, senti que voltei alguns séculos no tempo.

Voltamos para perto da gare, quando não havia mais muita coisa a ver, pois, como Luxemburgo era o local mais afastado que visitamos o trem saia às 17h. Fomos a um pequeno shopping ao lado da estação, onde encontramos um supermercado português. Compramos guaraná, feijão e gelatina, coisas que não se encontra facilmente por estas bandas. O incrível era que só vi gente falando português no supermercado, parece que luxemburgueses não iam ali. Como ainda tínhamos algum tempo antes do trem, tomamos um bom café numa cafeteria ali da volta da gare e pegamos o trem rumo a Bruxelas, e depois Bruges.

Continua…

PS.: adicionei algumas fotos do Benelux no Picasa… para conferi-las, basta ir na seçao Fotos… adicionei a seçao Mapas também, que exibe um mapa com as cidades que ja visitei, com ajuda do Google Maps…