Paris em Dezembro II

13 12 2009

Ontem, fui pela segunda vez no mês para Paris. O motivo, desta vez, era participar das comemorações dos 10 anos da Bolsa Eiffel, que nos sustenta aqui no Velho Mundo. O evento prometia ser muito chique: recebemos convites, passagens e hospedagem num hotel não muito barato dentro de Paris. Por outro lado, era exigido ir bem vestido: nada de jeans ou tênis, a ideia era ir de terno, gravata e sobretudo! Afinal, o evento foi dividido em duas partes, uma no primeiro andar da Torre Eiffel e outra no Ministério de Relações Exteriores. Mas vamos por partes:

Parti sozinho de Lille na manhã de ontem, ja que eu era o unico daqui que iria para os dois eventos. Como a parte inicial, na torre, começava mais cedo, tive que ir ainda pela manha para Paris. Chegando la, metrô até o hotel, onde seriamos buscados de ônibus pela Egide. Chegando no hotel, descobri que não muitos brasileiros tinham sido convidados para ir na torre: apenas eu (Lille), Foppa e Alessandra (Marseille), Isabela (Paris), Guilherme(Grenoble) e a Miriam (Troyes). Quando o ônibus chegou, faomos para a Torre Eiffel, todos vestidos formalmente.

Na torre, fomos recebidos por uma equipe da Egide, que nos deu crachas e tickets para subir no elevador da torre. Depois de furarmos a fila do elevador (era muito profissional o negocio, a gente tinha prioridade em tudo), subimos para o primeiro andar e entramos na sala Gustave Eiffel, sala em homenagem ao projetista da torre Eiffel e da Estatua da Liberdade. A sala é uma espécie de anfiteatro, com uma vista excelente do norte/nordeste de Paris. Ali nos receberam algumas pessoas importantes do ministério e da Egide, e representantes de algumas universidades também. Apos algumas fotos, fomos para o evento em si.

Foi uma hora sonifera: discursos e discursos sobre a historia da Torre Eiffel, a historia da bolsa Eiffel, falaram muito da nossa importância para o governo francês, etc… ex-bolsistas deram discursos de como a bolsa foi importante na vida deles. Apos os discursos, fizemos uma pré-bouffe ali mesmo: café, chocolate quente, cha, suco, biscoitos e doces, até porque ja era perto das cinco da tarde. Em seguida, fomos para o Ministério de Relaçoes Exteriores, onde rumores diziam que o Ministro finalmente apareceria.

La no Ministério, que fica no Quai d’Orsay, às margens do Sena, encontramos os demais eiffelianos das outras écoles. Revi todo o pessoal de Nantes, Lyon, Marseille e Paris que estava em Vichy! Depois entramos no Ministério, que por dentro é quase um museu: arquitetura belissima, lustres e esculturas muito belos. Depois das fotos, finalmente o ministro chegou. Bem “estrelinha” o ministro: chegou, deu seu discurso de 15 minutos e foi embora, nem ficou para o coquetel nem para tirar algumas fotos ao menos. Em seguida, começou o coquetel, que tinha bebidas e salgadinhos (nao foi tao bem organizado, a comida acabou bem rapido). Havia mais ou menos umas 400 pessoas la, umas 5 vezes mais do que na Torre Eiffel.

Quando acabou o evento, por volta das 9 da noite, fomos para o Arco do Triunfo passando pela ponte Alexandre III e pelos Grand e Petit Palais. A partir dai, o pessoal começou a se dispersar, entre aqueles que iam pro hotel, iam jantar, iam pra festa, iam pro bar e indecisos. Acabei jantando num Quick na Champs-Elysées e indo pro hotel por volta da meia noite. Fazia muito frio a essa altura da noite. Alias, frio que promete aumentar bastante nesta semana, com direito a temperaturas negativas e chance de neve.

Semana que vem, para onde irei novamente? Paris! Mas desta vez, apenas para pegar o trem rumo à Mannheim, que sera minha entrada na Alemanha, para as férias de Natal. Por enquanto, tenho que continuar estudando para as provas de Gestão e Mecânica, que acontecem em menos de uma semana.





Tempestade à vista!

29 11 2009

Opa! Quase duas semanas sem postar na parte principal do blog! Coisas interessantes aconteceram desde a ultima postagem. Cheguei a conclusao de que nao aguento mais estudar… lembro que quando entrei na faculdade, eu pensava: “Poxa, seria legal apos terminar o curso normal fazer um mestrado, e, quiça, um doutorado…”. Hoje em dia, nao vejo mais a hora de terminar o curso de uma vez… talvez é um pouco pela sensaçao de inutilidade que o fato de ficar apenas estudando traz… talvez pelo fato de que estudar em francês coisas que nao têm nada a ver com meu curso de origem é realmente chato. Porém, como ja estou aqui, tenho que me contentar com essa situaçao, e ai vem a explicaçao pro titulo da postagem de hoje. A tempestade esta a vista pois tenho duas provas no dia 18 de dezembro (uma das quais é a matéria que eu mais estou apanhando, mecânica) e depois das férias mais quatro provas… é, precisarei estudar nas férias. Maravilha!

Por falar em férias, espero conseguir fechar a viagem para a Alemanha e a Suiça. Enquanto as decisoes nao se concretizam, ja tenho duas viagens planejadas… para Paris! Ja estou enjoando da capital! No dia 5, proximo sabado, o Club TIME vai à Paris com a Prof. Catsiapis para ver a cidade decorada pro Natal. Na sexta feira, dia 11, vou para Paris à convite da Egide, para um coquetel que celebra os 10 anos do orgao… nada mal, parece que tera até encontro com o ministro de relaçoes exteriores francês…

As atividades paralelas apenas aumentam… projeto, Rezoleo (o que a principio me tomaria apenas umas 2 horas por semana esta na verdade me tomando 6 horas no minimo) e trabalhos em grupo de diversas disciplinas… se elas ainda fossem interessantes tudo bem, mas que nada… tudo graças a reforma do plano de estudos que a école implementou este ano… graças a ela, por exemplo, temos o super sistema de escolha de disciplinas por fichas! Sim, é quase no sorteio, a idéia genial é escolher a disciplina entre mais de 200 fichas… o problema é que existem disciplinas mais requisitadas que outras, ou seja, muitas pessoas ficam em disciplinas que nao querem pois nao existem fichas suficientes das outras disciplinas! Por sorte, peguei a ficha 13, que corresponde à disciplina que eu queria, Engenharia de Redes. Dependendo eu até consigo validar ela no Brasil!

Eventos interessantes (e também não tão interessantes) dos ultimos dias: (1) Gezério e sua imponente TV de LCD de 32 polegadas + Playstation 3 com Modern Warfare 2 e Fifa 09, apenas agravando a tempestade que esta por vir. Resultado: muitas horas de estudo perdidas! (2) Comprei uma câmera digital nova! Falta apenas planejar mais viagens para estreiar ela decentemente! (3) Franceses sao realmente nulos em informatica: estou salvando varios nos trabalhos de CAA. Pena que eu seja nulo no resto das disciplinas! (4) Tati e Thiago tomando uma surra em Imagem e Açao de mim, Joia e Christian perto das três da manha em um sabado qualquer. (5) Jantar sagaz num restaurante em Villeneuve d’Ascq, entrada, prato (carne de verdade e fritas) e sobremesa (sorvete muito bom) por apenas 17€ (facada), (6) Prof. Joao Manoel da UFRGS apareceu aqui em Lille para uma palestra sobre a universidade. Uma platéria lotada (3 franceses contando o faxineiro) assistiu a apresentaçao. Mas foi legal mesmo assim rever alguém de Porto Alegre e ficar em dia com as novidades da faculdade de la… e por fim, é claro (7) INTER mais vivo que nunca na disputa pelo titulo brasileiro!

Essa semana, alias, fechou meu quinto mês aqui na França, sendo que três em Lille. Os dias passam muito rapido aqui em Lille! Segundo a Prof. Catsiapis, o periodo mais dificil na França pros estrangeiros é até o Natal, embora veteranos digam que durante o estagio, que sera em fevereiro, as coisas ficam muito paradas… bom, é esperar pra ver. Ah, e meu quarto esta uma bagunça, preciso arruma-lo. Logo, vou me despedindo por aqui. Abraço!





Week-end d’Intégration

14 09 2009

Finalmente estou de volta à Lille. Quinta-feira, dia 10, eu sai pro final de semana de integração dos estudantes de primeiro ano da Ecole. Não sabíamos o local do evento. Saimos de Lille às 10 da noite, para chegar em Excenevex, no sudeste da França (perto da Suiça) apenas às 9 da manha do dia seguinte. Foi a viagem mais cansativa que já fiz. Devo ter dormido apenas umas 2 horas, já que os franceses não sossegavam um minuto no ônibus.

Sério, os franceses são muito piores que os brasileiros. O WEI é tipo o nosso trote universitário para eles. Mas é muito pior. Dizem que o motivo é que os franceses fazem dois anos de classes preparatórias, ou seja, eles estudam feito condenados por dois anos para poderem estar na école agora, sem diversão e sem festas. Seria como um modo de finalmente estar livre para festejar.

A viagem de ida, de quinta pra sexta, foi horrível. Parecia uma discoteca dentro do ônibus. Acho que já conheço o Top 50 inteiro de musicas eletrônicas no mundo de cor e salteado. A musica era MUITO alta. De vez em quando, a musica parava, para jogos e brincadeiras cujo nível era sempre cada vez mais baixo, como mostrar o traseiro pela janela do ônibus para os ônibus vizinhos (eram cinco ônibus, e eu estava no azul, cada ônibus ficava sempre cantando musicas com xingamentos em francês para o pessoal dos outros ônibus). Teve escolha dos Mister e Miss de cada ônibus. As gurias eram mais tímidas, ficavam apenas de biquíni e short; alguns franceses, por outro lado, chegavam a tirar toda a roupa dentro do ônibus, na frente das gurias inclusive. Eles realmente estavam muito bêbados. Ah, quem tentava dormir era pintado com tinta e pincel atômico.

Em Excenevex, ficamos em um camping. As instalações eram muito boas. Dividi uma cabana com o Paulo (brasileiro do Ceara) e mais três franceses, os três bastante gente boa (Lucas, Laurent e Benoit). A cabana foi boa pra descansar, apesar de todo o dia, às 7h30 da manhã, ter panelaço e buzinaço para nos acordar. As atividades que o BDE organizou para nos la em Excenevex foram uma trilha e um rafting. Não fui na trilha, pois estava por demais cansado da super viagem do dia anterior (que na verdade foi do mesmo dia, já que não dormimos). No rafting eu também não fui, pois já estava tão desmotivado que eu não tinha a minima vontade de entrar num bote e descer um rio com a temperatura por volta dos 14°C (sim, estava muito frio, pois ficamos na beira de um lago, onde ventava bastante).

Pontos positivos do passeio: os poucos franceses que conheci eram gente boa. Tinham uns veteranos franceses do G2 muito, mas muito chatos. Porém, os franceses da minha turma quando estavam em estado normal foram bem amigáveis para conversar. Ainda tem bastante pessoal pra conhecer nas associações, nos esportes e no projeto, que são ambientes, digamos, mais saudáveis. Aprendi a jogar rugby, embora eu não jogue nada. Descobri que detesto viagens longas de ônibus. De ruim: acho que saiu meio caro (120€) pelo o que eu acabei usufruindo.

Na sexta de noite e no sábado de noite houveram festas, com mais musica eletrônica. Fui apenas na do sábado, pois fui meio que empurrado, já que não tinha participado de muita coisa ate então. Teve pão com salsichão, isso foi algo positivo, estava bem bom. A viagem de volta foi no domingo, pela manha. Saimos de la 12h10, para chegar em Lille apenas às 23h30. Mais uma vez, a viagem foi uma alopraçao: musica muito alta, não podíamos dormir em paz, franceses sendo empurrados para o fundo do ônibus por sobre os bancos, francês sendo fantasiado de múmia, bundas na janela novamente, franceses fazendo competição de quem bebia mais, etc…

No geral, minha avaliação do WEI não foi muito positiva. Não me integrei muito, o que seria o objetivo. Não me pareceu atraente conhecer franceses que estavam quase sempre ou bêbados ou loucos. Ainda assim, conheci um pessoal legal, uma meia dúzia de franceses, mas parece que serão bons colegas durante esses dois anos. Bom, agora é voltar a atenção para as aulas novamente, que estão bem complicadas. Até a próxima!