Bruxelas

8 11 2009

Por volta das 7 da noite, passamos pela quarta vez na viagem pela Gare Bruxelles Midi, por onde passam a maioria dos trens do Benelux. Porém, desta vez iríamos parar por um dia na capital belga. Após uma janta rápida ali na gare mesmo (que é gigante, por sinal), fomos para o albergue. Eu já tinha sido avisado que Bruxelas era uma cidade bem perigosa: quando chegamos à estação do albergue, nos deparamos com um local inóspito. Ao sair da estação, alguns árabes sem nada o que fazer começaram a nos seguir, até que apertamos o passo e achamos a maldita rua do albergue. Até acho que os árabes não queriam nada de mais, provavelmente estavam bêbados, mas as oito da noite num lugar vazio não pareceu muito legal ficar dando corda. Bom, finalmente, chegamos ao albergue após uma caminhada numa rua tão movimentada quanto a saída da estação. O albergue era bem bom: quarto grande, banheiros decentes, café da manha bom também (com cafés das maquininhas de graça!)

Assim, quarta-feira de manha, começamos o passeio por Bruxelas. A primeira providência, como sempre, foi largar as mochilas na gare, nos armários. Desta vez, fomos de metrô, comprando o ticket para o dia todo, já que Bruxelas é uma cidade bem maior que Bruges, por exemplo. Saindo da gare, a primeira parada era o Atomium, símbolo nacional belga (eles comparam à Torre Eiffel para a França). O Atomium é uma molécula em forma de cubo aumentada alguns milhões ou bilhões de vezes, que fica numa parte bem afastada da cidade. Não tem o mesmo impacto que a Torre Eiffel, com certeza, mas mesmo assim não deixa de ser interessante, pois ele é realmente grande. Infelizmente, a entrada custava 6€, mas parece que não havia grandes coisas dentro dos nove átomos que compunham o monumento.

Logo depois, fomos para o outro extremo da cidade, para visitar o arco do triunfo belga. Bela vista do Parc du Cinquantenaire, o qual atravessamos para chegar em frente à Comission Européenne. Em seguida, visitei o Parlamento Europeu, que fica a algumas quadras dali. Este parlamento é a sede onde trabalham quase 800 parlamentares da União Europeia. Haviam até coisas escritas em português la! Depois disso, metrô novamente, desta vez para o centro da cidade, para passar pela Bolsa e pela Grand Place. A Grand Place de Bruxelas é realmente magnífica! Serve para encobrir o próximo destino, que é decepcionante… O Manneken Pis, a estátua do garoto mijão. A estátua possui menos de um metro de tamanho, é até difícil fotografá-la em detalhes…

Subimos um prédio de um estacionamento em Bruxelas de 10 andares, para obter uma vista da cidade. Na verdade, a vista até não é tão legal assim, não da pra reconhecer muita coisa e o Atomium fica bem distante. Em seguida, visitamos a Catedral de Santa Catarina, na parte norte da cidade, que é uma catedral velha e sem graça. Já não tinha mais muito a ver em Bruxelas: só restava o palácio real, logo, metro mais uma vez para o outro lado da cidade para ver a fachada do palácio, que é fechado esta época do ano. Voltamos para a gare umas três horas antes do horário do trem que pegamos. Após jantar e conhecer praticamente toda a gare voltei para Lille, para passar o resto das minhas férias descansando em casa (ou não).





Bruges

5 11 2009

Chegamos à Bruges por volta das 10 da noite da segunda-feira, voltando para território onde não se falava francês. Logo, estávamos novamente imersos no holandês, e deveríamos achar o albergue onde ficaríamos àquela hora da noite. Após comprar o mapa na gare (50 centavos), encontramos sem muitos problemas o albergue a mais ou menos um quilômetro da estação. Chegando ao albergue, largamos nossas coisas e fomos comer fritas belgas em algum lugar ali perto. Já era algo perto da meia noite, e a cidade estava morta. As pequenas ruas e ruelas não tinham uma viva alma nelas: apenas víamos sinal de vida pelas janelas, que eram bem na calçada, de onde dava pra ver por algumas luzes que havia pessoas acordadas la dentro.

O albergue foi o pior dos quatro pelos quais passei na viagem: o atendente era um cara que se achava engraçado (lamentável) e ficou incomodando sugerindo locais para fazer festa de noite. Chegando ao quarto, havia um cara que não soltou uma palavra durante toda a estadia. Ninguém sabe de onde veio, o que fazia ali, nada. De madrugada, a Bruna foi acordada por uma guria que estava no quarto também: segundo a Bruna, a guria era tão estranha quanto o outro cidadão. Mas voltando ao albergue, o banho era ruim, o colchão era desconfortável, os hospedes faziam bastante barulho e o quarto era tão pequeno que mal havia espaço para colocar as malas em algum lugar.

Bem, vamos à cidade propriamente dita: como já era rotina, fomos até a gare largar nossa bagagem nos armários disponibilizados la: estes armários são a coisa mais útil nas estações aqui da Europa: grandes espaços por apenas 3€ o dia (cabia sempre as mochilas dos três). Partindo da Gare, caminhamos pelas ruas estreitas e medievais de Bruges: quando se esta em Bruges, a sensação que se obtém é que voltamos alguns séculos no tempo. As casas são, na sua maioria, de tijolos toscos à vista (típico da arquitetura belga), que dão uma impressão incrível de antiguidade. Ao caminhar pelas ruas, fomos parando nas igrejas que encontramos no meio do caminho, incluindo uma que contém uma escultura de Michelangelo e outra que contém segundo dizem, um frasco com sangue de Cristo. Prefiro acreditar que a escultura era genuinamente de Michelangelo.

Conhecemos a Grand Place, que é mais ou menos o centro da cidade: magnífica, incluindo um museu cuja torre fica a trezentos e poucos degraus de altura. Não subimos a torre, mas dava para perceber que ela estava torta: de fato, o topo da torre está deslocado um metro e meio da posição correta. Visitamos também, obviamente, as lojas de chocolates, uma das especialidades belgas. Comprei uma caixa de 375g de chocolate de Bruges que ainda não terminei de comer. Tivemos ainda que ir, claro, no Museu do Chocolate, um belo museu que conta a historia da especiaria desde os tempos dos maias e astecas até a época de produção em massa do chocolate.

Bruges é também uma cidade com vários canais, ao estilo de Amsterdam. Fiz um passeio de barco, de meia hora, pelos canais, obtendo uma vista bem legal da cidade. O condutor da embarcação era um cara bem simpático, apesar das piadas meio sem graça que ele provavelmente faz a toda viagem (como a casa de 1 250 000 € que ele jura que não é dele e do dia no qual caiaques podem navegar pelos canais e que, segundo ele, os barqueiros fazem competição de quem derruba mais caiaques). Após o passeio de barco, não havia muito mais a ver em Bruges, que é uma cidade bem pequena, mas muito acolhedora. Pegamos um trem mais cedo, para chegar um pouco antes em Bruxelas, nossa ultima etapa. A esta altura, eu já queria esticar de uma vez para Lille, para chegar à minha casa.

Continua…